quarta-feira, 25 de abril de 2012

FAMÍLIA

5 desvantagens de comemorar o Dia das Mães na escola

Saiba quais são os pontos negativos da festa de Dia das Mães na escola

10/04/2011 15:02
Texto Lígia Menezes
Educar
Foto: Se a mãe não puder ir à festa, a criança pode ficar frustrada
Se a mãe não puder ir à festa, a criança pode ficar frustrada
 
1. Exploração comercial: "algumas escolas podem se aproveitar da data comemorativa para vender presentes e promover eventos caros, como jantares e comemorações em bufês", adverte a psicóloga educacional Rosângela Cabrera. Para não cair nessa, antes de aceitar participar da comemoração, certifique-se de como (e onde) será.

2. A festa pode virar obrigação: se não houver uma conversa com a criança, para decidir se vão ou não comemorar o dia na escola (caso não seja obrigatório), corre-se o risco de a criança ver o evento como uma obrigação e ele se tornar chato - principalmente para as mais velhas.

3. Pode causar frustração na criança: caso os pais não possam ir à comemoração e o filho desejar muito, ele pode se sentir desestimulado, afinal, participou de um processo enorme de criação do evento (geralmente é feito com semanas de antecedência). Mas é claro que essa decepção vai depender de como os pais passam suas mensagens para os filhos. "O resultado só será prejudicial à criança se os pais não souberem conduzir o processo. Para meus filhos, por exemplo, digo que todos os dias é Dia dos Pais e das Mães. Não há porque supervalorizar uma data", conta Sebastião Souza, psicólogo clinico e terapeuta familiar, de São Paulo. "Se você fortalecer a autoestima da criança e o vínculo dela com a família, ela aprende a se preservar contra essas chateações", completa o especialista.

4. Pode excluir algumas famílias: as festas feitas em horário escolar podem excluir muitas mães e gerar insatisfação, avisa a pedagoga Isabel Parolin. "A escola deve ser criativa para comemorar as datas de uma forma que ela não seja excludente, como fazer uma exposição dos trabalhos das crianças em mais de um dia, ou festas de fim de semana, fora dos horários comerciais", sugere. O primeiro motivo seria para que a criança não perca aula, afinal, o objetivo principal da escola não é realizar eventos. Segundo, para não excluir ninguém. "É preciso diminuir ao máximo as situações de frustração", diz Isabel.

5. Escolas religiosas podem passar mensagens com as quais a família não concorda: Dias das mães não é um evento religioso, mas dependendo da escola, algumas semanas antes, pode haver algum ensinamento sobre valores religiosos, sim. Se você não concorda com isso, é preciso, antes de matricular seu filho, informar-se sobre a Educação que ele receberá dentro da instituição.

FAMÍLIA

5 vantagens de comemorar o Dia das Mães na escola

Saiba quais são os pontos positivos da festa de Dia das Mães na escola

10/04/2012 15:22
Texto Lígia Menezes
Educar
Foto: Comemorar datas especiais na escola ajuda a refletir sobre a valorização da família
Comemorar datas especiais na escola ajuda a refletir sobre a valorização da família
 
1. Aproximação entre a mãe e a escola: o contato da mãe com os professores pode ajudar até no desempenho escolar da criança. "Porém, isso vai depender do tipo de evento que a escola preparar. Se for apenas uma apresentação, que não exija interatividade nem participação ativa dos pais, é provável que nada mude após o evento", diz Luciana Fevorini, doutora em psicologia escolar e diretora do Colégio Equipe, de São Paulo.

2. Valorização da família: "Comemorar datas especiais na escola ajuda a refletir sobre a valorização da família e mostra para as crianças as diferentes estruturas familiares existentes", diz a psicóloga educacional Rosângela Cabrera.

3. Relação mãe e filho: além de receberem homenagens, as mães passam um tempo brincando com os filhos. Isso os aproxima e pode ter impacto na relação que têm em casa. A comemoração ainda registra a importância do afeto, por meio do presente artesanal que geralmente as crianças fazem para presentear a mãe.

4. Troca de experiências: a escola é o ambiente propício para conhecer as mães dos colegas de seu filho, trocar experiências e contatos. Isso pode ser importante e até influenciar na maneira que você educa seu filho.

5. Bem-estar da criança: você pode não perceber, mas é bastante prazeroso para a criança ver os pais conhecendo seus amigos, seus professores e até o ambiente em que ela passa muitas horas do dia. "Toda criança gosta de exibir suas produções para os pais", afirma Isabel Parolin, pedagoga especialista em psicodrama e psicopedagogia, de Curitiba (PR). Como resultado, a criança fica mais aberta a conversar com você sobre a rotina dela, dúvidas, tristezas e alegrias.

FAMÍLIA

Dia das Mães na escola: comemorar ou não?

Especialistas discutem se celebrar o Dia das Mães na escola é bom para o desenvolvimento das crianças

10/04/2012 14:51
Texto Lígia Menezes
Educar
Foto: Converse com seu filho antes da comemoração de Dia das Mães na escola
Dia das Mães na escola: a festa não pode interferir nas aulas
 
O Dia das Mães se aproxima. Várias escolas começam a preparar festas, exposições, apresentações sobre o tema, brincadeiras divertidas para o dia e até lembrancinhas para os alunos entregarem às mães... Apesar de parecer ter apenas pontos positivos, algumas escolas e especialistas acham a comemoração do Dia das Mães na escola bastante polêmica e acreditam que ela deva ser tratada com muita delicadeza. "Há crianças que em suas histórias de vida, por exemplo, trazem situações delicadas em relação às mães, como separações, doenças e até morte", explica a psicóloga educacional Rosângela Cabrera, de São Paulo.

A comemoração na escola pode fazer com que a criança - e até seus colegas - fiquem desconfortáveis. Assim antes desse tipo de evento na escola, é importante conversar abertamente com seu filho. "É importante não impor uma situação que poderá entristecê-lo mais do que agradá-lo pela festividade", afirma Vera Malato, coordenadora do departamento de orientação educacional do Colégio Bandeirantes, de São Paulo.

Além de tratar a questão com cautela, a escola deve tomar cuidado para não transformar o Dia das Mães em uma comemoração sem qualquer significado. É preciso mostrar para as crianças que as mães são importantes sempre, e não apenas nessa data específica, que atualmente está muito ligada ao comércio. "As escolas podem usar a data como uma forma de se aproximar das famílias. Mas, para isso precisam pensar bem na organização do evento. Só entregar lembrancinhas e fazer teatrinhos não é o melhor caminho", diz Luciana Fevorini, doutora em psicologia escolar e diretora do Colégio Equipe, de São Paulo.

E simplesmente substituir as aulas por uma festa também não é o melhor caminho. Os eventos devem acontecer de preferência fora do horário de aula. O ideal é no fim de semana, para que a família inteira possa participar da comemoração. Confira abaixo dicas para que a comemoração de Dia das Mães na escola seja bacana para pais, professores e alunos.
Para ler, clique nos itens abaixo:
Evitar situações tristes
Para evitar situações tristes ou constrangedoras, muitas escolas substituem o Dia das Mães e dos Pais pelo Dia da Família! É o caso do Colégio Santa Maria Coração Eucarístico, de Belo Horizonte. A instituição ainda evita criar grandes expectativas nas crianças, pois algumas mães não conseguem comparecer nas festas e isso pode gerar frustração para o filho. "Antes do evento, trabalhamos o tema com a criança e pedimos retratos da família. Se detectamos alguma situação diferente, conversamos com o aluno. Juntos, achamos alternativas para que ele não se chateie com a data", conta a coordenadora de Ensino da Educação Infantil, Adriana Martins.

Luciana Maria Caetano, autora do livro autora do livro "Dinâmicas para reunião de pais", também acredita na comemoração do Dia da Família. "Comemorar o dia da família no lugar do Dia das Mães ou do Dia dos Pais é a melhor opção, pois esse dia, sim, acompanha as mudanças sociais, políticas, econômicas e tecnológicas das famílias do século 21", diz.
Refletir sobre as mudanças na estrutura familiar
A família do século 21 não é a mesma de algumas décadas atrás. Há casais separados, pais que estão no segundo, terceiro, quarto casamento, madrastas e padrastos que são tão queridos quanto mães e pais biológicos... Por isso, trazer a família para a escola nessa data é também uma forma de fazer uma reflexão sobre essas mudanças. "Além da homenagem, que emociona muitas mães, esse poderá ser um bom momento para aproximar os pais da escola e mostrar-lhes o trabalho desenvolvido com seus filhos. Ainda leva a refletir sobre as diferentes estruturas familiares, valorização da família e da vida", pondera a psicóloga educacional Rosângela Cabrera.
Respeitar as fases da criança
As crianças pequenas costumam adorar esse tipo de comemoração na escola. Mas, conforme o tempo vai passando, ela vai perdendo um pouco o sentido e pode até desagradar. "À medida que a criança deixa de ter apenas um professor e começa a ter aulas com professores especialistas, que lecionam uma matéria apenas, fica mais difícil para a escola organizar esses eventos. E também, conforme as crianças vão crescendo, querem que o espaço escolar seja independente da família, então acabam optando por não fazer o evento. Mas se o valor da família (e das tradições) foi passado durante a infância, ele não é perdido", diz Luciana Fevorini, doutora em psicologia escolar. "Se o relacionamento em casa for bom, não há perda de valores em relação a essas datas", completa.
Decidir em conjunto se a família vai participar
Nas escolas em que essas comemorações existem, o ideal é que a participação ou não seja uma decisão tomada em conjunto com a criança (caso não seja obrigatória). O primeiro passo deve ser conversar com ela abertamente para decidir o que fazer. "A escola também deve ter sensibilidade para ouvir uma criança que não quer participar e verificar com ela e com a família como proceder", afirma Luciana Fevorini, doutora em psicologia escolar.
Levar em conta a situação familiar
Dependendo da estrutura familiar, há diferentes formas de agir quando há uma comemoração de Dia das Mães da escola. Veja como agir em cada situação:

- Famílias tradicionais (mãe e pai casados): conte para o seu filho o que ele poderá encontrar na comemoração e explique que há muitas crianças que têm pais separados, outras órfãs, outras de classes sociais diferentes da sua - e que, ainda assim, todas devem ser tratadas igualmente.

- Famílias separadas: é importante aceitar a decisão da criança de querer ir ou não à comemoração. Em caso positivo, o ideal é que ela vá acompanhada pela mãe (o que não priva a participação do pai, claro). É interessante até mesmo a participação da madrasta se a criança demonstrar interesse nisso.

- Famílias com mães falecidas: é essencial conversar com o filho e só ir à comemoração escolar se a criança quiser. "É importante que alguém da família se preocupe em representar a mãe da criança no evento para que ela não fique triste", aponta a psicóloga educacional Rosângela Cabrera.

- Famílias com filhos adotados: nessa situação, o fato de a criança saber se foi adotada ou não faz toda a diferença. Em caso positivo, a decisão deve ser tomada em conjunto. Se ela se sentir à vontade para participar da comemoração junto com os pais adotivos, não há motivo para não participar.

LITERATURA

100 livros essenciais da literatura brasileira

Dom Casmurro, Macunaíma, O Tempo e o Vento e outras obras fantásticas que você deve ler uma vez na vida

01/10/2011 18:37
Texto Helio Ponciano e Marcelo Pen
Bravo
Foto: Dreamstime
Livros
Os melhores livros do Brasil
 
Quais são os 100 livros fundamentais, essenciais, imperdíveis da literatura brasileira? Que romance, poesia, crônica ou conto você não pode deixar de ler na vida? Dom Casmurro, Brás Cubas, Macunaíma, Sargento de Milícias, Grande Sertão Veredas e outras grandes obras do Brasil. A revista Bravo selecionou os 100 melhores livros dos melhores autores do país. Aqueles clássicos que caem no vestibular com 100% de certeza. Um ranking dos livros mais importantes do Brasil. Veja a lista no final do texto ou siga as dicas de 17 educadoras que selecionaram os livros essenciais para ler dos 2 aos 18 anos e chegar a vida adulta com boas referências, no hotsite Biblioteca Básica.

Escritores costumam ser, até por ofício, bons frasistas. É com essa habilidade em manejar palavras, afinal, que constroem suas obras, e é em parte por causa dela que caem no esquecimento ou passam para a história. Uma dessas frases, famosa, é de um dos autores que figuram nesta edição, Monteiro Lobato: "Um país se faz com homens e livros". Quase um século depois, a sentença é incômoda: o que fazer para fazer deste um Brasil melhor? No que lhe cabe, a literatura ainda não deu totalmente as suas respostas.

Outro grande criador de frases, mais cínico na sua genialidade, é o dramaturgo e escritor Nelson Rodrigues, outro autor representado nesta edição. Dizer que "toda unanimidade é burra" é muito mais que um dito espirituoso: significa mesmo uma postura em relação às coisas do mundo e do homem tão crucial quanto aquela do criador do Sítio do Picapau Amarelo.

É evidente que o ranking das 100 obras obrigatórias da literatura brasileira feito nesta edição não encontrará unanimidade entre os leitores. Alguns discordarão da ordem, outros eliminariam títulos ou acrescentariam outros. E é bom que seja assim, é bom que haja o dissenso: ficamos longe da burrice dos cânones dos velhos compêndios e da tradição mumificada.

Embora tenha sua inevitável dose de subjetividade, a seleção feita nesta edição, contudo, está longe de ser arbitrária. Os livros que, em seus gêneros (romance, poesia, crônica, dramaturgia) ajudaram a construir a identidade da literatura nacional não foram desprezados (na relação geral e na ordem). Nem foram deixados de lado aqueles destacados pelas várias correntes da crítica, muito menos os que a própria revista BRAVO!, na sua missão de divulgar o que de melhor tem sido produzido na cultura brasileira, julgou merecer.

O resultado é um guia amplo, ao mesmo tempo informativo e útil. Para o leitor dos livros de ontem e hoje, do consagrado e do que pode apontar para o inovador. Não só para a literatura, mas também, como queria Lobato, para os homens e para o país que ainda temos de construir. A seguir, os 100 livros essenciais da literatura brasileira, listados em ordem alfabética de autor. Leia e divirta-se!

Adélia Prado: Bagagem

Aluísio Azevedo: O Cortiço

Álvares de Azevedo: Lira dos Vinte Anos
                                       Noite na Taverna
Antonio Callado: Quarup

Antônio de Alcântara Machado: Brás, Bexiga e Barra Funda
Ariano Suassuna: Romance d'A Pedra do Reino

Augusto de Campos: Viva Vaia
Augusto dos Anjos: Eu

Autran Dourado: Ópera dos Mortos

Basílio da Gama: O Uraguai

Bernando Élis: O Tronco

Bernando Guimarães: A Escrava Isaura

Caio Fernando Abreu: Morangos Mofados
Carlos Drummond de Andrade: A Rosa do Povo
                                                           Claro Enigma

Castro Alves: Os Escravos
                          Espumas Flutuantes

Cecília Meireles: Romanceiro da Inconfidência
                                Mar Absoluto

Clarice Lispector: A Paixão Segundo G.H.
                                  Laços de Família

Cruz e Souza: Broquéis

Dalton Trevisan: O Vampiro de Curitiba

Dias Gomes: O Pagador de Promessas
Dyonélio Machado: Os Ratos
Erico Verissimo: O Tempo e o Vento

Euclides da Cunha: Os Sertões
Fernando Gabeira: O que é Isso, Companheiro?

Fernando Sabino: O Encontro Marcado

Ferreira Gullar: Poema Sujo

Gonçalves Dias: I-Juca Pirama
Graça Aranha: Canaã

Graciliano Ramos: Vidas Secas
                                   São Bernardo

Gregório de Matos: Obra Poética

Guimarães Rosa: O Grande Sertão: Veredas
                                 Sagarana

Haroldo de Campos: Galáxias

Hilda Hilst: A Obscena Senhora D

Ignágio de Loyola Brandão: Zero

João Antônio: Malagueta, Perus e Bacanaço

João Cabral de Melo Neto: Morte e Vida Severina

João do Rio:A Alma Encantadora das Ruas

João Gilberto Noll: Harmada
João Simões Lopes Neto: Contos Gauchescos

João Ubaldo Ribeiro: Viva o Povo Brasileiro

Joaquim Manuel de Macedo: A Moreninha

Jorge Amado: Gabriela, Cravo e Canela
                           Terras do Sem Fim

Jorge de Lima: Invenção de Orfeu
José Cândido de Carvalho: O Coronel e o Lobisomen

José de Alencar: O Guarani
                                 Lucíola

José J. Veiga: Os Cavalinhos de Platiplanto

José Lins do Rego: Fogo Morto

Lima Barreto: Triste Fim de Policarpo Quaresma

Lúcio Cardoso: Crônica da Casa Assassinada
Luis Fernando Verissimo: O Analista de Bagé

Luiz Vilela: Tremor de Terra

Lygia Fagundes Telles: As Meninas
                                          Seminário dos Ratos

Machado de Assis: Memórias Póstumas de Brás Cubas
                                     Dom Casmurro

Manuel Antônio de Almeida: Memórias de um Sargento de Milícias
Manuel Bandeira: Libertinagem
                                  Estrela da Manhã
Márcio Souza: Galvez, Imperador do Acre
Mário de Andrade: Macunaíma;
                                   Paulicéia Desvairada
Mário Faustino: o Homem e Sua Hora

Mário Quintana: Nova Antologia Poética

Marques Rebelo: A Estrela Sobe
Menotti Del Picchia: Juca Mulato

Monteiro Lobato: O Sítio do Pica-pau Amarelo

Murilo Mendes: As Metamorfoses

Murilo Rubião: O Ex-Mágico

Nelson Rodrigues:  Vestido de Noiva
                                   A Vida Como Ela É

Olavo Bilac: Poesias
Osman Lins: Avalovara
Oswald de Andrade: Serafim Ponte Grande
                                       Memórias Sentimentais de João Miramar
Otto Lara Resende: O Braço Direito
Padre Antônio Vieira: Sermões
Paulo Leminski: Catatau
Pedro Nava: Baú de Ossos

Plínio Marcos: Navalha de Carne

Rachel de Queiroz: O Quinze

Raduan Nassar: Lavoura Arcaica
                               Um Copo de Cólera

Raul Pompéia: O Ateneu
Rubem Braga: 200 Crônicas Escolhidas

Rubem Fonseca: A Coleira do Cão

Sérgio Sant'Anna: A Senhorita Simpson
Stanislaw Ponte Preta: Febeapá

Tomás Antônio Gonzaga: Marília de Dirceu
                                                Cartas Chilenas

Vinícius de Moraes: Nova Antologia Poética

Visconde de Taunay: Inocência

Dez grandes autores para crianças

por: Equipe do Educar para Crescer
De Saramago a Clarice Lispector, conheça os livros infantis escritos por grandes escritores
A escritora mineira Adélia Prado estreou sua produção infantil com o livro "Quando Eu Era Pequena", em 2006. Foto: Luigi Mamprin
Reportagem de Adriana Nogueira

Que tal dar uma forcinha extra para seu filho tomar gosto pela leitura apresentando-o a textos de autores consagrados? Há bons exemplos de escritores que, depois de se consolidarem na literatura adulta, enveredaram pela infantil. Caso da mineira Adélia Prado, que, em 2006, fez sua estreia com o livro para crianças Quando Eu Era Pequena e lança, em setembro, seu segundo título infantil, Carmela Vai à Escola.
O peruano Mario Vargas Llosa, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura de 2010, é outro que, após uma carreira premiada, resolveu se aventurar a escrever para crianças, tarefa que ele classificou em entrevistas de “mais difícil” do que escrever para adultos. No início deste ano, chegou às livrarias Fonchito e a Lua, seu primeiro título para o público infantil. E esse não é uma fenômeno recente. As prateleiras das livrarias estão recheadas de livros feitos para os pequenos por nomes estrelados da literatura brasileira e estrangeira.
“Há ainda casos de escritores que, apesar de nunca terem produzido para as crianças, tiveram trechos de suas obras “reendereçadas” para os pequenos, em edições com ilustrações caprichadas  para prender a atenção dos pequenos leitores”, diz João Luís Ceccantini, professor de literatura brasileira da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Assis, no interior de São Paulo.
Caso de Dez Bons Conselhos de Meu Pai, de João Ubaldo Ribeiro, outro título lançado no primeiro semestre. A obra, na verdade, era o apêndice de um livro sobre política que o autor baiano escreveu há 30 anos.
Mesmo esses autores tendo valor literário indiscutível não vale impor esses livros como única possibilidade de leitura para as crianças. “O leitor se forma na diversidade”, alerta o o professor Ceccatini. Confira a seguir sugestões de livros de dez importantes escritores:

1. Adélia Prado

Quando Eu Era Pequena (Record)
A infância da menina Carmela em uma cidade pequena é o fio condutor da história. Já os pais terão a sensação de estar lendo as memórias da autora. 
 
Carmela Vai à Escola (Record)
Carmela está de volta, mas agora tendo como cenário a escola. Apaixonada por livros e muito estudiosa, é também muito faladeira e até troca de lugar com a melhor amiga.


2. Mario Vargas Llosa
Fonchito e a Lua (Objetiva)

O menino Fonchito é apaixonado pela colega Nereida. Um dia, enche-se de coragem e pede a ela um beijo no rosto. A menina o desafia a trazer a Lua em troca do gesto.


3. João Ubaldo Ribeiro
Dez Bons Conselhos de Meu Pai (Objetiva)
“Não seja amargo”, “Não seja burro” e “Nunca seja medroso” são alguns dos conselhos que o autor recebeu de seu pai e coloca nessa obra.



4. Clarice Lispector
O Mistério do Coelho Pensante (Rocco)

Joãozinho é um coelho de pêlo branquinho que, quando a fome aperta, dá um jeito de abrir sua gaiola e sair em busca de comida. Nessas saídas, pega gosto pela liberdade.


5. Érico Veríssimo
As Aventuras do Avião Vermelho (Companhia das Letras) 
Preocupado com a desobediência do filho, Fernando, seu pai lhe dá de presente um livro. O menino se encanta com a história do Capitão Tormenta que viaja o mundo em um avião vermelho. Quando Fernando ganha um aviãozinho, está armado o cenário para muitas aventuras.


6. Pablo Neruda
Livro das Perguntas (Cosac Naif) 
“Por que o tubarão não ataca as impávidas sereias?” e “A fumaça fala com as nuvens?” são duas das 74 perguntas fora do comum do livro do poeta chileno, que faz o leitor criança ou adulto refletir.

 
7. Manoel de Barros
Poeminha em Língua de Brincar (Record)
Um dos livros da produção infantil do poeta mato-grossense, iniciada a partir de 2000. Na obra, palavras e ilustrações, feitas por Martha Barros, filho do escritor, criam um mundo cheio de simbologias.


8. Mário de Andrade
Será o Benedito? (Cosac Naif)
A construção de uma relação de amizade entre um homem vindo da cidade grande e um menino de 13 anos que vive na Fazenda Larga, no interior de São Paulo, é o tema desse livro.


9. José Saramago
O Silêncio da Água (Companhia das Letras)

À beira do rio Tejo, em Portugal, um menino vai pescar e fisga um enorme peixe, que arrebenta sua linha. Essa memória de infância do autor português é o ponto de partida da história.
  10.  Jorge Amado

O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá (Cia. Das Letrinhas)

Fábula sobre o amor impossível entre um gato mau humorado e uma bela andorinha. O autor escreveu a história por causa do aniversário de um ano de um dos filhos e não tinha intenção de publicá-la.


quarta-feira, 4 de abril de 2012


ALFABETIZAÇÃO

10 dicas para incentivar o seu filho a ler

Conheça atividades simples - e baratas! - que podem transformar seu filho em um pequeno grande leitor

13/04/2011 17:22
Texto Marina Azaredo
Educar
Foto: Dreamstime
Foto: Leitura desde cedo: incentive seu filho a ter amor pelos livros
Leitura desde cedo: incentive seu filho a ter amor pelos livros
 
"Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo; em pé, fazia parede, deitado, fazia degrau de escada; inclinado, encostava em um outro e fazia telhado. E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá dentro pra brincar de morar em livro." O relato é de Lygia Bojunga. Quando criança, ela fazia do livro um brinquedo. Já adulta, transformou-se em uma das principais escritoras brasileiras de livros infantis. A história de Lygia ilustra e comprova a teoria de que o contato com os livros desde cedo é importante para incentivar o gosto pela literatura.

Os benefícios da leitura são amplamente conhecidos. Quem lê adquire cultura, passa a escrever melhor, tem mais senso crítico, amplia o vocabulário e tem melhor desempenho escolar, dentre muitas outras vantagens. Por isso, é importante ler e ter contato com obras literárias desde os primeiros meses de vida. Mas como fazer com que crianças em fase de alfabetização se interessem pelos livros? É verdade que, em meio a brinquedos cada vez mais lúdicos e cheios de recursos tecnológicos, essa não é uma tarefa fácil. Mas pequenas ações podem fazer a diferença.

"O comportamento da família influencia diretamente os hábitos da criança. Se os pais leem muito, a tendência natural é que a criança também adquira o gosto pelos livros", afirma Rosane Lunardelli, doutora em Estudos da Linguagem e professora Universidade Estadual de Londrina (UEL). A família tem o papel, portanto de mostrar para a criança que a leitura é uma atividade prazerosa, e não apenas uma obrigação, algo que deve ser feito porque foi pedido na escola, por exemplo. "As crianças precisam ser encantadas pela leitura", diz Lucinea Rezende, doutora em Educação e também professora da UEL.

Para seduzir pela leitura, há diversas atividades que os pais e outros familiares podem colocar em prática com a criança e, assim, fazer do ato de ler um momento divertido. No período da alfabetização - antes dela e um pouco depois também -, especialistas sugerem que se misture a leitura com brincadeira, fazendo, por exemplo, representações da história lida, incentivando a criança a criar os próprios livros e pedindo que a criança ilustre uma história. "Para encantar as crianças pequenas, é essencial brincar com o livro", recomenda Maria Afonsina Matos, coordenadora do Centro de Estudos da Leitura da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Maria Afonsina também dá uma dica: nunca reclame dos preços dos livros diante do seu filho. "O livro precisa ser valorizado", diz ela.

Leia a seguir dicas para transformar o seu filho em fase de alfabetização em um pequeno grande leitor:
Para ler, clique nos itens abaixo:
1. Respeite o ritmo do seu filho
Não se preocupe se o livro escolhido pelo seu filho parecer infantil demais. Cada criança tem um ritmo diferente. O importante é que o livro esteja sempre presente. A criança costuma dar sinais quando se sente preparada para passar para um próximo nível de leitura. "É preciso estudar o outro, entender o que ele gosta e respeitar as preferências", afirma Maria Afonsina Matos, coordenadora do Centro de Estudos da Leitura da Uesb.
2. Siga o gosto do seu filho
Talvez o que o seu filho gosta de ler não seja exatamente o que você gostaria que ele lesse. Mas, para adquirir o hábito a leitura, é preciso sentir prazer. Então, se o seu filho prefere ler livros de super-heróis aos clássicos contos de fada, por exemplo, não se preocupe (e nem pense em proibi-lo!). "É importante entender a criança e lhe proporcionar leituras que atendam aos seus desejos", diz Rosane Lunardelli, da UEL.
3. Faça passeios que tragam a leitura para o cotidiano
"Os pais precisam dar possibilidades para que as crianças se sintam envolvidas pela leitura", recomenda Lucinea Rezende, da UEL. Por isso, no seu tempo livre, procure fazer atividades com o seu filho que você possa relacionar com um livro. Uma ida ao zoológico, por exemplo, torna-se muito mais interessante depois que a criança leu um livro sobre o reino animal. E vice-versa: uma leitura sobre animais é mais bacana depois que a criança teve a oportunidade de ver de perto os bichinhos. E, assim como essa, há muitas outras maneiras de juntar passeios de fim de semana com a leitura: livro de experiências + visita a museu de ciências, livro de história + passeio em local histórico, visita a museu de arte + livro infantil sobre arte... As possibilidades são inúmeras!
4. Incentive a leitura antes de dormir
Incentive o seu filho a ler todas as noites. E, se ele ainda não for alfabetizado, conte histórias para ele antes de dormir. Por isso, é importante que ele tenha uma fonte de iluminação direta ao lado da cama, como um abajur. Uma ideia bacana é dar um presente para a criança nos fins de semana: permita que ela fique acordada até um pouco mais tarde para ler na antes de dormir. A professora Maria Afonsina Matos, da Uesb, relata que costumava contar histórias para os seus filhos todas as noites. "Hoje eles são adultos que leem muito", conta.
5. Improvise representações dos livros
"Concluída a leitura de um livro, os pais podem organizar peças de teatro baseadas na obra", sugere Lucinea Rezende, da UEL. Uma boa ideia é convidar outras crianças para participar da atividade. Os adultos podem ajudá-las a elaborar uma espécie de roteiro e pensar nas vestimentas e nos cenários a serem criados. Depois dos ensaios, a peça pode ser apresentada para um grupo de pais ou para toda a família. Também é interessante gravar com o celular ou uma filmadora a encenação da peça, para que depois a criança possa ver o próprio desempenho.
6. "Publique" o livro do seu filho
Proponha para o seu filho que ele faça o próprio livro. "As crianças gostam de criar histórias, viver personagens, imaginar paisagens", diz Maria Afonsina Matos, da Uesb. Primeiro, peça que ele tire fotos (e imprima-as) ou recorte figuras de revistas antigas. Depois, a partir das imagens, peça que ele escreva uma história. Ajude-o a criar uma capa para o livro e, por fim, coloque-o na estante, junto com outros livros. Que criança não adoraria ter um livro de sua autoria na biblioteca de casa?
7. Organize um clube do livro
Convide amigos e colegas de escola do seu filho para uma espécie de festa da leitura. No início, cada criança lê o trecho de um livro que pode até ser escolhido por eles (mas com orientação dos adultos). Depois de lida a obra, organize um debate sobre a história. Tudo isso pode ser feito durante uma tarde de sábado ou domingo, com direito a guloseimas que as crianças adoram, como cachorro-quente e chocolate quente (no fim de semana, pode!). "Na infância, a leitura tem de estar ligada a uma atividade divertida", afirma Rosane Lunardelli, da UEL.
8. Ajude-o a ler melhor
Muitas crianças ficam frustradas por ler muito devagar em voz alta. Se é o caso do seu filho, você pode ajudá-lo fazendo exercícios, como cronometrar o tempo que ele leva para ler um texto ou o trecho de um livro em voz alta. A atividade pode ser repetida várias vezes em dias diferentes e, assim, a criança vai poder comprovar o próprio desenvolvimento. Para aprimorar a atividade, peça que ele faça vozes diferentes para cara personagem da história. "A sonoridade fascina as crianças", explica Lucinea Rezende, da UEL.
9. Não pare de ler para ele
Após a alfabetização, é importante incentivar que a criança leia sozinha, mas isso não significa que você deva parar de ler para ela. Quando um adulto lê em voz alta um livro um pouco mais difícil, a criança é capaz de compreendê-lo, o que provavelmente não aconteceria se ela estivesse lendo sozinha. Abuse das vozes diferentes, dos sons, das entonações. Assim, a história fica muito mais emocionante. Parlendas e músicas, por exemplo, são ideais para serem lidas em voz alta. "Histórias lidas em voz alta e com emoção deixam as crianças mais leves, mais soltas", afirma Maria Afonsina Matos, da Uesb.
10. Frequente livrarias e bibliotecas